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sexta-feira, abril 28, 2006


Por entre os grandes salões brancos, eu corria segurando um A3. Uma série de letras e números desordenados se dispunham no papel que passava a fazer mais sentido depois da simpatia da moça das apostas.
Lá fora, um campo iluminado por holofotes exagerados se estende em frente a duas arquibancadas enormes. E se eu dissesse que foi um dos lugares mais bonitos e legais que eu já conheci em Porto Alegre, não estaria mentindo. Me arrependo de não ter ido ao Jockey Club antes. Lá se vão mais de duas décadas reclamando que a cidade não tem lugares legais e dizendo que os poucos que tem, já fui.
O Jockey é o resto de uma coisa grandiosa. Hoje em dia, ele fica jogado às moscas e as corridas só acontecem nas quintas. A maioria dos apostadores joga pela internet e eu não consigo entender o porquê disso. É bem mais emocionante gritar o nome dos cavalos (ainda mais quando se chamam "China Pobre" ou "Tri da Patinha"), depois de ter feito milhões de cálculos baseados em suas últimas atuações.
Nos intervalos, a graça de comentários cínicos sobre jóqueis, canetas emprestadas, olhos grudados na televisão e uma long sorrindo em cima da mesa. Não me lembro de uma situação tão divertida.
Com um real já dá para fazer uma aposta, o estacionamento é grátis e, o mais chocante de tudo, as pessoas são simpáticas. Realmente simpáticas. O treinador, o apostador, o cara que cuida dos cavalos, a moça das apostas, o guardinha. É de chorar. Parece ter sido recortado do mapa da cidade. Tão intacto. Escondido. Vazio. Perfeito.
De cinco páreos assistidos, ganhamos três. Nada mal para duas iniciantes.
Virei fã.

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