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segunda-feira, junho 21, 2004


E o engraçado do fim de semana foi ver ela. Bêbada em um desses postos que viraram points. Que situação. E eu ali dentro do carro, conversando. Demorei para reconhecê-la. A ex de alguém que me importa. Fingiu não me ver, preferiu desviar os olhos dos meus bem colocados em seu campo de visão. E eu sei que ela me odeia. Talvez até não me odeie, mas certamente nela residem sentimentos não muito agradáveis a meu respeito. De qualquer forma, fique sabendo, mocinha bem vestida, que não te odeio. Ao contrário, até gosto de ti por entender o mal que tu fez a ele, por entender teu jeito, por saber teu falar e teu ouvir, por te saber inteira e desejar teu bem. Não gostei de ter ver bebendo porque sei que tu não pode. Assim como eu. E tu sabe que desse jeito teus remédios não farão efeito. Tu precisa mais deles do que eu, segundo a estranha escala psiquiátrica. Somos mais parecidas do que tu imagina, moça. De signo, de jeito, de coisinhas ruins na cabeça, de neurônios esquisitos. Então me diz pra quê! Pra quê ligar pra ele contando coisas que tu nem sabe se são reais? Ele não vai te dar a atenção que tu merece. E eu digo merece sem sarcasmo. Eu mesma te daria toda a atenção do mundo porque sei que tu merece, que tu precisa. Mas vê bem tudo que tu fez pra ele. Tu maltratou alguém que agora eu remendo. E a vida é assim mesmo. Talvez amanhã tu remende quem eu maltratei. Somos monstrinhos, menina. Tanto tu quanto eu. Somos iguais. Talvez seja eu a próxima a ser remendada. E não gosto nem um pouco de te ver do jeito que eu estarei em breve.

* The grand duel do Luis Bacalov é uma das coisas mais lindas que eu já ouvi na minha vida. Faz parte da trilha sonora do kill bill, aliás, altamente recomendável. Acho que estou meio sensível demais. Melhor parar com isso.

terça-feira, junho 15, 2004


Eu vi o filme do Cazuza esses dias. Pra ser sincera, não gostei muito. Esperava mais da direção. Mas a maneira como a trajetória dele foi retratada é, no mínimo, interessante.
A vida desse exagerado é bem como eu imaginava, se é que foram fiéis à vida dele. Deu pra sentir as inúmeras fases pelas quais ele passou e a intensidade que fez parte de um caminho marcado por sex&drugs e destruído pela Aids. Mostraram o lado arrogante e prepotente de um filhinho de papai da zona sul carioca e o lado mais humano de um gênio. E é impossível não se sentir Cazuza um pouquinho. E pra mim, mais impossível ainda é não se identificar com uma das tantas partes que o compõem: a insatisfação.
O filme me fez lembrar uma conversa de duas semanas atrás com a Magda. Eu reclamava da falta de graça de viver depois de ter me enquadrado nesse mundo de cartas marcadas. Perguntava se a vida era só isso mesmo. E ela me dizia que sim, que eu devia ver com outros olhos o mundo que meu novo amiguinho havia me ajudado a observar. Só que pra ver esse mundo que vejo agora, prefiro fechar os olhos. E eu reclamava de novo da minha eterna insatisfação, da eterna mania de querer mudar, renovar, recomeçar. Dessa coisa nojenta que me incomoda, desse vazio que se espalha aqui dentro sempre que eu consigo alcançar o que quero, sempre que realizo minhas vontades sujas. E depois que o vazio toma conta, aparece um novo desejo, uma nova música, um novo alguém. E depois? Depois que consigo o que quero volta o vazio. Assim mesmo. Como num ciclo. Ciclo esse que infelizmente não chega ao fim.
Enquanto isso continuo jogando pedrinhas dentro de piscinas de plástico.

segunda-feira, junho 07, 2004


Constatações dos péssimos últimos dias e outras besteiras:

* Nada dói mais que o desmantelamento de uma idealização de anos.
* Me chamam de infantil, mas não fui eu que deletei números de telefone da minha agenda do celular e tampouco evitei encontros casuais na internet deletando nomes do ICQ e do MSN.
* Adoro a chinelagem.
* Odeio ressaca.
* Minhas sinceras desculpas aos meus queridos colegas geminianos por não ter tido condições físicas e nem psicológicas de ir na festa de vocês.
* Nada como uma vida sem coceiras.
* Meu amiquinho não faz mais o mesmo efeito e consequentemente eu não consigo mais deixar as pessoas felizes.
* Queria que altos e baixos só fizessem mal para mim.
* Espero que minha mãe seja feliz.
* Adoro sítios. Não gosto de frio. Amo cachoeiras. Odeio pedras escorregadias. É legal jogar sinuca. É ruim sentir vontade de quebrar o taco. Caminhar no mato é divertido. Sem facão pra abrir o caminho, nem tanto.
* Nada é tão bom quanto olhos claros pra te fazerem sorrir e nada é tão ruim quanto a imagem de olhos escuros demais e fortes demais pra te quebrarem ao meio.

E já chega de pensar em tópicos. Outra hora escrevo direito.
Ah, só mais uma coisa, mais um resquício de chinelagem, mais uma frase solta e bêbada, especialmente pra Julia e seu ar blasé: Não te faz de Lolita porque eu não sou Nabokov.

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